Mais da metade da população brasileira não conta com serviços de coleta de esgoto sanitário. E do total do esgoto coletado, apenas 30% recebe tratamento adequado. O Dia Mundial da Água – 22 de março – deve servir para alertar e mobilizar a sociedade sobre a importância da universalização do saneamento básico no país, defende Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança. A falta de acesso à água potável e a saneamento adequado causa no mundo 1,6 milhão de mortes ao ano, a maioria delas entre crianças com menos de cinco anos, segundo dados divulgados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
O acesso ao saneamento básico está entre os fatores que podem influenciar a redução do índice de mortalidade na infância nas regiões mais pobres do país, diz Clóvis. Estudo promovido pelo Instituto Trata Brasil revela que as diarréias respondem por mais de 50% das doenças relacionadas a saneamento básico inadequado, sendo responsáveis também por mais da metade dos gastos com este tipo de enfermidade. O estudo confirma ainda a associação entre saneamento básico precário, pobreza e índices por internações por diarréias.
O saneamento básico – abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e lixo – ganhou prioridade na agenda do governo federal com o lançamento do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Com essa perspectiva, os municípios estão obrigados a fazer planos para pleitear recursos para construir seus sistemas de saneamento. Por isso, diz Clóvis, a par das ações para incentivar o cuidado com o meio ambiente, a Pastoral da Criança motiva suas comunidades para fazer o controle social das obras de saneamento e dos serviços existentes.
Uso consciente da água
Sem água limpa e potável o ser humano adoece e morre. As pessoas precisam de água de qualidade para cozinhar, lavar, beber, assim como precisam de saneamento básico. A celebração do Dia Mundial da Água cria a oportunidade para a reflexão, debate e conscientização sobre a importância da preservação dos recursos hídricos – uma responsabilidade que é de todos.
Com pequenas mudanças de hábito, cada pessoa pode contribuir para a utilização racional e preservação ambiental. A ANA (Agência Nacional de Águas) divulga as principais atitudes que podem fazer a diferença:
. Fechar as torneiras e mantê-las fechadas ao escovar os dentes e ao lavar louças e roupas.
. Regular descargas.
. Manter os encanamentos sem vazamentos: trocar a mangueira pela vassoura para limpar a calçada;
. Usar balde ao invés de mangueira para lavar carro;
. Evitar banhos longos.
Fonte:www.pastoraldacrianca.org.br